Share |

Perde o medo e a vergonha, ergue-te e diz NÃO!!!

Portugal precário? Trabalho com salários precários?
Portugal encontra-se de momento a viver uma realidade, no que respeita ao trabalho e salários precários nas camadas mais jovens, que atinge o maior número em dados históricos jamais registado. A taxa de desemprego torna-se de tal forma impertinente e avança sem paragens e sem modo de ser combatida a longo prazo. Como jovem que sou debato-me desde muito cedo com tal problema e até agora continuo a ver o meu futuro e o de tantos outros jovens afectados devido a uma falha que o Governo insiste em não corrigir. Onde estão as respostas a esta questão? Onde está a criação de emprego que o Governo promete e nunca mais chega? Tratam-se apenas de promessas que todos estamos fartos de ouvir e que não podemos ficar parados à espera que alguém resolva.

No distrito de Portalegre a taxa de desemprego mantém-se entre os 35 e os 40%, valores estes que para um distrito com tal dimensão são exaltantes e que necessitam urgentemente de respostas. Muitos dos jovens deste país, principalmente recém-licenciados, vêm-se obrigados a aceitar, como primeiro trabalho, um simples e mísero contrato onde as entidades prometem todas as regalias e na realidade não trazem nada de novo à nossa vida. Desde trabalhos em caixas de supermercados, que são por vezes os primeiros empregos que o mercado de trabalho tem para oferecer, a trabalhos em cafés, pastelarias e outros tantos, a actualidade mostra-nos uma realidade preocupante. Trabalhamos tanto para ganhar tão pouco, somos explorados e forçados a usufruir de um valor a que chamam salário que mal nos chega para realizar os nossos objectivos enquanto deveríamos ter acesso a empregos nas áreas em que somos formados. Afinal qual o futuro dos jovens que deveriam ser a promessa deste país?Em cada 10 contratos de trabalho 9 são precários. São cerca de 70 mil o número de desempregados que se encontram actualmente nos chamados “contratos emprego de inserção” e assim convivem com este facto para não perderem o subsídio de desemprego que é seu por direito. 

O IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional) fornece às empresas estagiários descartáveis e pagos em grande parte pela Segurança Social, mas na realidade 7 em cada 10 voltam ao desemprego. Para termos noção de como estão os quadros do desemprego em Portugal desde 2011 até ao ano de 2015 o número de pessoas desempregadas caiu para 260 mil. É este o futuro de Portugal? Um quadro negro de desemprego? Como reage o Governo a tudo isto? Quais as suas medidas e as suas respostas para os quantos jovens que se encontram nesta situação? De momento o Governo não tem qualquer tipo de resposta ou solução para este grande problema que se está a propagar por este país fora.

A verdade é que muitos destes jovens se vêm obrigados a sair do seu país abandonando tudo aquilo que tentaram construir para ir atrás de uma realidade diferente, para terem direitos que este país já não lhes consegue oferecer. São estes os factores que o Governo “esconde” mas que ressaltam aos olhos de toda a população. Para que tudo isto seja combatido o Bloco de Esquerda apresenta planos e medidas a serem tomadas para esta e tantas outras questões relacionadas. Acabar com o desemprego, encontrar novas formas de emprego para estas camadas jovens e solucionar o problema da precariedade no que respeita aos salários.

No dia 4 de Outubro toda a população de Portugal de Norte a Sul do país terá a oportunidade de escolher entre um Governo corrupto e sem resposta ou um Governo com poder de resolução e acção. Citando a nossa camarada Catarina Martins, “Quem está farto não pode ficar calado”, será esse o nosso lema jovens de Portugal. Não se calem, não tenham medo nem vergonha. Vamos unir-nos contra a precariedade e votar por um futuro melhor.

Setembro de 2015

Cecília Lopes