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Crónica / Portotriste (03-10-2014)

Mas a trapalhada que infelizmente reina no Ministério da Educação não nos espanta, quando vemos professores a conhecerem os horários em cima da hora, professores colocados a centenas de km, erros nos concursos, cursos cancelados à última da hora e outros sem se saber quando arrancam; à data ainda faltam colocar professores e também em Portalegre com responsabilidades da autarquia local, temos obras tardias que afetam a vida escolar, edifícios com amianto e falta de pessoal. Quando se fala da escolaridade obrigatória de 12 anos, uma coisa é certa, existem muitas lacunas que impedem esse objetivo e da demagogia, passamos à incompetência.

O que aconteceu na Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre é mais um sinal de preocupação. No final do ano letivo transato surgiu a notícia de que o governo se preparava para encerrar Escolas de Hotelaria e Turismo no país e de que a de Portalegre estaria na lista. Não houve desmentido e o que é que aconteceu? Muitos alunos neste país ter-se-ão perguntado, então vou inscrever-me numa Escola que está a fechar? O resultado é que, talvez por este boato, pela primeira vez, o curso de Restauração OTJ (On The Job) não arrancou e esses alunos foram convidados a ir para Coimbra. Então fica a pergunta: Porque resolveu a Direção Nacional não deixar abrir este curso em Portalegre, numa escola de reconhecido sucesso?
Trago também um outro assunto que ressuscita velhos fantasmas: No aniversário da Associação dos Dadores Benévolos de Sangue em que o Instituto Português do Sangue e a Administração do Hospital José Maria Grande não compareceram, o representante da Escola da GNR, que muito contribui para a recolha de dádivas, disse que possivelmente abriria outro curso em Portalegre… Continua assim a indefinição em relação a esta Escola. Esta declaração coincide com o próprio anúncio de recrutamento que não confirma o curso em Portalegre; ano após ano, vivemos esta insegurança… A antiga Finicisa perdeu trabalhadores, a Adega de Portalegre também e o mesmo pode acontecer brevemente à Serraleite, enfim Portalegre vive de incertezas, está a morrer e ninguém se preocupa.

Nas autarquias os problemas agravam-se e é curioso que em Portugal as câmaras mais endividadas têm uma governação predominante do PSD. Portalegre não é exceção e as Juntas de Freguesia estão a funcionar em condições financeiras muito difíceis, onde até os míseros 50 mil euros não chegam aos cofres das Juntas de Freguesia e em relação a estes e outros problemas, o governo não ouve nem sequer a ANAFRE.
E é assim, um ano depois de os portalegrenses terem apostado numa nova maioria absoluta de um movimento de cidadãos, as notícias não são boas e a esperança emigra com os nossos jovens. Só já falta mudar o nome da nossa cidade para Portotriste...

Maria da Luz Louro – Rádio Portalegre / Desabafos
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