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Veio para ficar e para matar!

Caros ouvintes, foi recentemente noticiado na Rádio Portalegre o crescimento das dificuldades nas creches e lares, em virtude da crise social que o governo PSD/CDS inflige ao país. As Misericórdias, IPP’s e Cáritas têm servido de bombeiros de uma crise social que se propagou de forma descontrolada.

Já o disse e não me canso de repetir: “Não tratamos bem as nossas crianças nem os nossos idosos que estão à mercê de políticas sociais erradas e injustas. Portugal é o país da União Europeia com a maior taxa de pobreza infantil e é o país da zona euro que menos investe para combater este flagelo. Temos mais de dois milhões de pobres, dos quais meio milhão são crianças.

O desemprego e o assalto aos salários com impostos estão a deixar as famílias e a sociedade numa crise profunda e insustentável. A falta de pagamento das mensalidades em creches e lares estão a deixar preocupados os responsáveis que assistem impotentes à insensibilidade do governo PSD/CDS.

Enquanto nos preocupávamos com o abandono e isolamento de idosos assistimos, atualmente, por dificuldades financeiras, aos idosos a abandonarem voluntariamente os lares. Frequentemente os familiares têm de ajudar nas despesas destes idosos, mas o aumento das dificuldades está a destruir este apoio. Em muitos casos, acontece que os utentes dos lares recorrem ao seu pé-de-meia para completar a prestação, mas este fundo amealhado ao longo de uma vida tem um fim e é trágico, como se vê agora.

Os valores pagos, mesmo no caso dos comparticipados, são muitas vezes, valores acima das possibilidades dos utentes e a capacidade dos lares para baixar preços é cada vez mais difícil, com os encargos incomportáveis do gasóleo, gás, água e eletricidade.

Tudo isto agrava-se num contexto em que a crise social se agudiza, o que leva a Cáritas Diocesana de Portalegre e Castelo Branco a alertar para o facto de já não conseguir responder ao número crescente de pedidos de ajuda. Esta situação atinge já a “classe social média alta”, como confirmou o presidente da Cáritas. Já a nível nacional, a presidente também veio a público afirmar que o Banco Alimentar não chega para os pedidos e há pessoas em lista de espera para receberem comida. Isto só tem uma leitura, muita fome!

O pior, é que não se vislumbram soluções, antes pelo contrário; prevê-se o agravar destas situações, com mais aumento de desemprego e da pobreza. As previsões da OCDE desmentem pela terceira vez o Governo e demonstram que o Orçamento do Estado é irrealista. Segundo a OCDE, Portugal não vai cumprir as metas acordadas com a troika e pode ficar com um défice acima de 3% em 2015.

Desde que a troika entrou em Portugal, os impérios económicos ficaram mais ricos e os portugueses mais pobres. Até na sobrevivência se corta como é também o caso da saúde, onde entre os 34 da OCDE os portugueses são quem mais paga pelas despesas de saúde. Com um Estado Social a ruir assim, a austeridade veio para ficar e para matar!

Por cá, já mataram a Escola da GNR!

 

PS: Numa semana em que um antigo acessor de Cavaco Silva, César das Neves, afirmou que "A maior parte dos pensionistas estão a fingir que são pobres".

 

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