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QUEM CARREGA O BOTÃO?

Nos tempos da guerra fria, o nosso nacionalismo bacoco produzia, nas conversas de café, a ideia de que os Americanos tinham uma mala com um botão vermelho, que em caso de guerra com a União Soviética, lançaria a bomba atómica para nos protegerem desses “perigosos comunistas”…

Hoje, todos sabemos que este modelo europeu está falido e não foi por causa da desagregação da União Soviética, nem pela queda do muro de Berlim. Mas sim porque o sistema financeiro europeu, depois de contagiado pela crise financeira americana de 2008, é frequentemente atacado pelas agências bélico-financeiras americanas que destroem a Europa com ataques cirúrgicos às suas economias.

Pela segunda vez, a zona euro entrou em recessão e arrasta economias como a da Finlândia, que em 2011 destilava desdém para com os PIIGS. A França, à beira da recessão e a Alemanha de Merkel insensível aos estilhaços, conseguem resistir enquanto a Espanha e Itália não caírem (BCE está sem € suficientes). A semana passada ficou marcada pelos piores indicadores e Durão Barroso assiste ao desastre, mas vai dizendo que está tudo controlado, qual pároco que tranquiliza a família, garantindo que o defunto vai para o céu.

Tudo isto acontece porque a União Europeia com um Parlamento maioritariamente de direita, aposta nas políticas capitalistas que levaram os americanos à ruína, e não consegue tomar medidas para resolver o problema. De cimeira em cimeira, anunciam-se medidas, promessas, esperança e o resultado é o de uma europa à beira do colapso, impondo uma democracia de plástico.

Durão Barroso assume o papel de mentiroso compulsivo. Depois de ter viabilizado uma guerra, garantido ter visto as provas de existência de armas de destruição maciça no Iraque, vem agora repetir a mentira já gasta de que Portugal estava sem dinheiro para salários… quando parte dos impostos eram suficientes para tal. Pior, nem assume que também teve responsabilidades em anteriores governos. Até se esquece que comprou dois submarinos de guerra inúteis! Acredito que também refute que assinou com Berlusconi, Blair e Aznar o apoio a Bush contra o Iraque, enquanto festeja mais uma mentira, a do Nobel da Paz.

É óbvio que a direita não quer assumir as suas responsabilidades. Então a crise da Grécia, da Itália, agora da Finlândia, os

temores da França e da Alemanha, são responsabilidade de governos de esquerda ou da ex. URSS desde quando?

Que ilusão é esta que nos querem transmitir de que gastamos acima das nossas possibilidades? E os exploradores que “sugaram” os estados, valorizando os seus impérios económicos? Parece que o problema agora é saber quem vai tirar partido destas políticas de direita, enquanto outros “autodenominados comunistas” se preparam para dominar o mundo económico, refiro-me à China.

E agora, quem vai carregar no botão?