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A Europa é uma avestruz

Caros ouvintes, a propaganda política de quem dirige a governação dos países na Europa, parece sofrer de um ataque compulsivo de mentiras crónicas. O PIB da Eurozona baixou enquanto o desemprego subiu, em especial nos jovens, onde até duplica. Tudo porque as medidas para a recuperação da Economia tardam como os prometidos controlos dos offshore, a  taxa sobre as transações financeiras e os Eurobond, como exemplo das várias promessas de Durão Barroso que continua a assobiar para o lado, como se a política europeia estivesse a correr bem; como se não percebêssemos que a única política que conhecemos é a da austeridade que segundo vários prémios nobel, vão conduzir a Europa ao desastre económico.

A certeza que temos é que antes do tão falado Mercado Único, a Alemanha tinha uma balança comercial negativa e hoje é a mais forte da Europa. A Alemanha, assenta a sua estratégia nas exportações, beneficiando das políticas europeias que estrangularam os chamados PIIGS. Já em Portugal, o aumento das exportações não passam de negócios paralelos e a Europa finge que não sabe, ao mesmo tempo que esconde que temos um sistema monetário arrasado, onde assistimos ao yuan chinês a ultrapassar o euro, ficando como a segunda divisa mais usada, depois do dólar no comércio internacional.

Já a Irlanda que esteve para cair antes da Grécia, foi e continua a ser tratada como a menina bonita da Europa. É também, um bom exemplo do faz de conta… Enquanto aumenta as exportações, diminui a procura interna e consequentemente tem o crescimento económico estancado. Tal como em Portugal, a emigração na Irlanda também é um sinal preocupante da situação económica em que se encontra.

O prémio nobel da Economia deste ano Robert J. Shiller avisa que o perigo de uma crise como a de 2008, não está assim tão distante. As economias, europeia e americana estão fracas e vulneráveis, incluindo as dos países emergentes, porque continuam a apostar no crédito abusivo e na especulação imobiliária.

Por isso vos digo, o grande problema está na falta de soluções para um crescimento económico sustentável, com as pessoas a terem rendimentos para comprar os bens essenciais. Tal, não se resolve com leis assassinas como o aumento da idade da reforma, onde daqui a pouco se trabalha até morrer. Não reconhecer os erros que estão a ser cometidos é esconder a cabeça deixando o corpo de fora; assim, a Europa é uma avestruz com a cabeça enterrada na areia pantanosa da sua política inconsequente.

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