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Castelo de Barbacena

Castelo de Barbacena

O Castelo de Barbacena, pelos seus vestígios de traçado medieval, foi classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto publicado em 24 de Janeiro de 1967. Da história até 2005, pouco se sabe além do abandono. Mas quando, nesse ano, Mico da Câmara Pereira compra as ruínas do castelo a José Luís Sommer de Andrade, sabe-se que as negociações demoraram cerca de um ano e meio, e que nem o Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), nem a Câmara Municipal de Elvas optaram por exercer o seu direito de preferência ao imóvel.

O fadista declarou a 11 de Setembro de 2005 tencionar requalificar o imóvel como um espaço de lazer para a promoção de espetáculos e eventos, como casamentos e festas temáticas, com recursos a serem obtidos da mesma forma. Não só tal não aconteceu, como o estado de degradação do castelo foi galopando, até que em 2014 o imóvel foi penhorado pelas finanças, com o objetivo de ir a hasta pública. À época, foi dada à Câmara Municipal de Elvas a possibilidade de usufruir do direito de preferência, pelo módico valor de 129 mil euros. A Câmara Municipal de Elvas não o fez. Fechou os olhos ao património municipal. Fechou os olhos ao interesse público.

Atualmente, o Castelo está nas mãos da Remax Gold, que o tem à venda por 1 300 milhões de euros. Para recuperarmos o que é, por direito, nosso, para não deixarmos que se estrague à mercê dos interesses dos privados, cabe-nos lembrar a Câmara Municipal de Elvas que pode pressionar o proprietário para encontrar uma solução ou investimento – caso não o faça no prazo de dois anos, a autarquia pode tomar posse administrativa ou até expropriar este património histórico.

Até à data, e pelo que diz o proprietário, a CMElvas ainda não mostrou interesse em abrir o diálogo. Mas é fundamental que mostre. E é urgente, pois só após notificação do município se pode dar início à contagem dos dois anos que podem significar o regresso do Castelo de Barbacena às mãos do estado, ou seja, às nossas mãos.